Estudos recentes indicam que o uso excessivo de telas por crianças e adolescentes pode causar alterações físicas no cérebro, como danos na substância branca e no córtex cerebral, além de comprometer funções cognitivas e reduzir o QI. O neurologista infantil Marcelo Masruha alerta que o problema não está apenas no tempo de exposição, mas principalmente na qualidade do conteúdo consumido. Irritabilidade, atraso na linguagem e dificuldade de concentração estão entre os sinais precoces de impacto.
Crianças mais agitadas, com dificuldade de concentração e menos interessadas em brincadeiras fora das telas. Esses sinais, cada vez mais comuns, podem indicar que o uso excessivo de dispositivos digitais está afetando o cérebro em desenvolvimento. O alerta é do neurologista infantil Marcelo Masruha, que tem acompanhado de perto as consequências desse hábito no comportamento e no aprendizado de crianças e adolescentes.
(Marcelo Masruha) “Um dos primeiros sinais é a irritabilidade quando a tela é retirada. A criança se torna mais impaciente, agressiva ou ansiosa quando está longe do dispositivo.Também é comum observar atrasos na linguagem, dificuldade de concentração, sono agitado e maior dependência de estímulos rápidos e intensos. Esses sinais não devem ser ignorados, pois indicam que o cérebro da criança está se adaptando a um padrão de hiperestimulação, o que pode comprometer funções fundamentais para o aprendizado e para a regulação emocional.”
Para o especialista, limitar o tempo de tela é essencial, mas tão importante quanto isso é oferecer alternativas que estimulem o desenvolvimento saudável da criança.
(Marcelo Masruha) “A atividade mais poderosa é o brincar livre, ativo e interativo. Brincadeiras ao ar livre, jogos simbólicos, contato com a natureza, leitura compartilhada e interações sociais são insubstituíveis para o desenvolvimento cognitivo e emocional. Essas experiências promovem a plasticidade cerebral, reorganizando circuitos ligados à atenção, linguagem, empatia e autocontrole.”
O excesso de telas, segundo o neurologista, pode provocar alterações físicas no cérebro, como mudanças na substância branca e no córtex cerebral, regiões essenciais para a linguagem, atenção e controle emocional. E o que preocupa os profissionais da área da saúde são os sinais de que esses danos possam ser permanentes se não houver intervenção.
O Dr. Marcelo Masruha propõe, no seu livro “Salve seus filhos”, sete passos para ajudar pais e educadores a combater o vício digital e reconstruir um ambiente saudável para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Fonte: Rádio Senado